Parque Nacional da Tijuca
O Parque Nacional da Tijuca é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada integralmente na cidade do Rio de Janeiro.
Entre os pontos turísticos do parque, trilhas, grutas e cachoeiras, encontram-se marcos famosos da cidade, como a Pedra da Gávea, o Corcovado, e o Pico da Tijuca, ponto mais alto do parque, elevando-se 1.022 metros acima do nível do mar.[5] De relevo montanhoso, inclui áreas do Maciço da Tijuca. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A área é composta por vegetação secundária, uma vez que é fruto de um reflorestamento promovido à época do Segundo Reinado, quando se tornou patente que o desmatamento causado pelas fazendas de café estava prejudicando o abastecimento de água potável da então capital do Império. Vivem, no parque, mais de 230 espécies de animais e aves: entre eles, macaco-prego, quati, cutia, cachorro-do-mato, sagui, beija-flor e sabiá.[6]
O parque, que possui 3 972 hectares,[7] é a quarta maior área verde urbana do país[8], superada apenas pelo Parque Estadual da Cantareira (7 916,52 hectares),[9] da Reserva Floresta Adolfo Ducke (10 000 hectares) em Manaus[10] e do Parque Estadual da Pedra Branca (12 500 hectares).[11][12]
Denilson Silva | Foto: Reprodução Instagram
Topônimo
“Tijuca” é um nome com origem na língua tupi e significa “água podre”, de ty (“água”) e îuka (“podre”).[13] O nome é uma referência à região da Lagoa da Tijuca, que possui muito mangue e água parada e que se localiza no sopé da Floresta da Tijuca.[14] A Floresta da Tijuca ficava no caminho para a Lagoa da Tijuca, razão pela qual acabou por adquirir o nome dessa lagoa.
História
No início do século XIX, após longo período de devastação para uso da madeira e lavouras de cana-de-açúcar e café, a cidade começou a sofrer com a falta de água potável, pois, sem a proteção da vegetação, os mananciais começaram a secar. Por isso, a partir de 1862, Dom Pedro II ordenou o reflorestamento do local.[15] A missão foi confiada ao major da polícia militar Archer, que iniciou o trabalho com seis escravos. Foram plantadas 100 000 mudas em treze anos, principalmente espécies nativas da Mata Atlântica.
O substituto do major Archer, o barão d’Escragnolle, empreendeu um trabalho de paisagismo, transformando a floresta em um belo parque para uso público, com áreas de lazer, fontes e lagos. Ao longo do tempo, as administrações apresentaram políticas de manejo da flora diferentes, algumas com ênfase à flora nativa, outras, dirigindo maior importância ao aspecto paisagístico, a começar pela introdução de plantas exóticas. Exemplo dessa difícil convivência é a jaqueira. Aqui introduzida, demonstrou excelente adaptação, convertendo-se atualmente em um problema, uma vez que, pelo seu porte avantajado e o de seus frutos (dos quais sessenta por cento das sementes vingam), é tida quase como uma praga.
Parque nacional
O Parque Nacional do Rio de Janeiro foi criado através do Decreto N° 50.932, emitido pela Presidência da República em 6 de julho de 1961, vindo unificar as antigas Florestas Protetoras da União de Tijuca, Paineiras, Corcovado, Pedra da Gávea, Trapicheiro, Andaraí, Três Rios e Covanca, presentes no Maciço da Tijuca, no Estado da Guanabara, em uma única área protegida, de aproximadamente 3 200 ha. Quando da sua criação, o Parque Nacional do Rio de Janeiro era subordinado ao antigo Serviço Florestal do Ministério da Agricultura.[16] Alceo Magnanini seria o primeiro chefe da Unidade de Conservação (UC) do Parque Nacional da Tijuca, Magnanini se empenhou para que a Floresta da Tijuca e outras florestas da região de entorno estivessem reunidas e protegidas sob um Parque Nacional; foi ele quem incorporou, ao projeto inicial do Parque os trechos da Pedra da Gávea, a Pedra Bonita e a Serra da Carioca; em sua homenagem, já há alguns anos, a biblioteca do Parque tem o nome de Alceo, como um reconhecimento de sua importância para esta Unidade de Conservação.[17][18] Magnanini foi uma das principais forças por trás da realização do sonho de Castro Maya de transformar a Floresta da Tijuca em Parque Nacional.[19]
O Decreto N° 60.183, também emitido pela Presidência da República, em 8 de fevereiro de 1967, mudou o nome do parque definitivamente para Parque Nacional da Tijuca (PNT).[20] O Decreto Nº 70.186, de 23 de fevereiro de 1972, passou a responsabilidade administrativa do PNT ao antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).[21]
O Parque Nacional da Tijuca foi declarado Reserva da Biosfera pela Unesco, em 1991. A área atual, de 3 958,47 ha, deve-se a uma ampliação do parque, efetivada através do Decreto Federal sem número de 4 de julho de 2004.[22] Atualmente, o Parque Nacional da Tijuca tem sua gestão compartilhada entre o ICMBio, o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. A participação da sociedade através de ONGs, como a Associação dos Amigos do Parque Nacional da Tijuca, a Terra Brasil e a Terrazul, é incentivada.
Analista de Sistema por formação, empresário no ramo de equipamentos outdoor, expectador das belezas naturais na fauna e flora no Brasil e positivista pela Equidade numa sociedade relativista.