Anfíbio mede pouco menos de 2,5 cm e faz parte do gênero conhecido como "sapos-abóbora"

Uma nova espécie de sapo de coloração laranja fluorescente foi descoberta nas montanhas do Brasil. O anfíbio mede pouco menos de 2,5 cm e faz parte do gênero conhecido como o dos “sapos-abóbora”, um conjunto de sapos minúsculos e de coloração laranja brilhante, de acordo com um estudo publicado quarta-feira (28) na revista científica PLOS ONE.

Inicialmente classificado como uma espécie já existente, o sapo foi encontrado pela primeira vez em 2016 na serra da Mantiqueira no Brasil, disse o autor do estudo Ivan Nunes, professor do departamento de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

“O melhor momento para um cientista é quando olha para algo e pensa: ‘você é a única pessoa que sabe disso neste momento'”, comentou.

pensava-se que o sapo fazia parte da espécie B. ephippium

Primeiramente, pensava-se que o sapo fazia parte da espécie B. ephippium, mas o estudo revelou que existem na verdade diversas espécies semelhantes de sapos-abóbora, disse Sandra Goutte, pós-doutoranda no campus da Universidade de Nova York em Abu Dhabi, que estudou os sapos, mas não estava envolvida na pesquisa.

A espécie recém-identificada é venenosa, mas o perigo para seres humanos é mínimo, afirmou Nunes.

As pessoas podem tocar os sapos com as mãos desprotegidas, mas devem ter cuidado para não encostar depois nos olhos ou na boca, acrescentou.

Os sapos secretam um veneno chamado tetrodotoxina, que é o mesmo encontrado em peixes baiacu, contou Goutte.

“As pessoas podem se envenenar ao ingerir o sapo, ou se uma ferida aberta estiver em contato com a pele do animal”, alertou Goutte. Além de ser venenosa, a criatura também é fluorescente, disse Nunes.

CURIOSIDADES

Os seres humanos não podem vê-los à luz normal, mas os sapos brilham quando são expostos à luz ultravioleta, explicou Goutte. Os pesquisadores ainda não descobriram por que esses sapos-abóbora têm essa característica de fosforescência, acrescentou.

Não se sabe qual a expectativa de vida do animal ou quantos existem na natureza, mas Nunes estima que existam algumas centenas na região.

Ele disse ainda que espera fazer mais pesquisas sobre esses sapos brilhantes para saber por que eles são fluorescentes, e também monitorá-los para fins de conservação.

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