Escondidas em vários pontos do país, exemplares são a prova da resistência da natureza. 15 bilhões de árvores são destruídas por ano no planeta, de acordo com pesquisa.
Gigantes da natureza: conheça 5 árvores centenárias do Brasil
Você já se viu diante de uma árvore centenária? A imponência dos Jequitibás, as cores vibrantes dos ipês e o perfume das figueiras já transformaram a beleza dessas espécies em poesia. A natureza realmente é símbolo de inspiração. Não é à toa que a origem do nome do nosso país vem de uma árvore: o pau-brasil.
dia da arvoré
No mês de setembro, se comemora o “Dia da Árvore”. A data 21 de setembro é uma oportunidade para refletirmos sobre a nossa relação com a natureza. Afinal, as espécies da nossa flora são responsáveis pelo equilíbrio do planeta. Mas diante do desmatamento, das queimadas e de todo tipo de agressão existe um sinal de alerta.
Segundo o professor da Universidade Federal da Bahia e pesquisador botânico, Luiz Fernando Magnago, até 2015 existiam três trilhões de árvores no mundo. Só que o que parece muito se esgota a cada dia.
“Os dados fazem parte de uma pesquisa feita pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Usando um equipamento de alta precisão de monitoramento, calculamos que a cada ano 15 bilhões de árvores são destruídas no planeta”, explica.
Ter por perto árvores centenárias é um privilégio pois elas representam um milagre da natureza. O TG separou cinco espécies que são símbolo de resistência ao terem exemplares centenários escondidos, Brasil afora.
1- Pau-brasil
O maior pau-brasil registrado em nosso país foi encontrado por um morador da cidade de Itamaraju, no sul da Bahia, em 2020. A espécie tem sete metros de circunferência e estima-se que mais de 500 anos de história. A sobrevivente fica às margens de uma rodovia do município e atrai diversos turistas.
“É muito bacana ter a possibilidade de ver de perto uma árvore centenária que sobreviveu a tantas mudanças. Essas árvores atraem turistas e ajudam as pessoas a entenderem o quanto elas são importantes para nós”, contou o botânico Luiz.
Maior pau-brasil do país fica no sul da Bahia — Foto: Cássio Vasconcellos/Arquivo pessoal
2- Jequitibá-rosa
O jequitibá-rosa é considerado a árvore-símbolo do Estado de São Paulo e o rei da Mata Atlântica. Um dos maiores exemplares que se tem conhecimento fica no Parque Estadual do Vassununga, na cidade de Santa Rita do Passa Quatro (SP).
Com 42 metros de altura, o equivalente a um prédio de 13 andares, a árvore assistiu “de camarote” às mudanças do município e resistiu à expansão da cidade e ao desmatamento. Chamado de “o patriarcar” tem como vizinhos outros exemplares da espécie.
Em Campinas, em frente à Prefeitura, existiu um exemplar muito famoso, que ganhou até nome: “Seo Rosa”. Ele tinha aproximadamente 180 anos, 42 metros de altura e 5 metros de diâmetro quando caiu, em 16 de Janeiro de 1999.
Estima-se que jequitibá-rosa chamado de “patriarca” tenha em torno de 600 anos — Foto: Arquivo TG
3- Ipê-roxo
Existe um exemplar de ipê-roxo na cidade de Foz do Iguaçu (PR) que os pesquisadores estimam ter cerca de 800 anos. Ele fica na área rural, às margens da BR-77, um dos pontos mais altos da cidade e tem cerca de 40 metros de altura.
Apesar de não ter exemplares centenários é interessante lembra que o ipê-amarelo também se destaca na data de hoje, tanto por sua vasta distribuição, como também pelo fato de sua flor ser um símbolo nacional, estabelecido em decreto do presidente Jânio Quadros em 27 de junho de 1961, mesmo documento que tornou o pau-brasil a árvore símbolo nacional.
Existe um exemplar de ipê-roxo na cidade de Foz do Iguaçu (PR) que os pesquisadores estimam ter cerca de 800 anos.
4- Castanha-do-brasil
Conhecida como Majestade, uma árvore centenária desta espécie foi registrada em uma área próxima á rodovia Transamazônica, no Pará. Ela tem 40 metros, altura de um prédio de 12 andares.
Nativas da região amazônica, além de gigantescas, as castanheiras são árvores de tronco reto e de copa tão alta na floresta, que quando o ouriço cai (fruto com as castanhas em seu interior) chegam a afundar na terra.
Quando o fruto com as castanhas cai da árvore chega a afundar a terra — Foto: Rafael Aleixo/Setec/Divulgação
5- Gameleira ou Figueira-brava
Na antiga cidade de São Paulo existiu a “Figueira do Ferrão” que foi desenhada no mapa oficial da cidade. Além dela, a “Figueira-das-Lágrimas” teria presenciado Dom Pedro I passar sob seus galhos. para se despedir de familiares e partir rumo ao Porto de Santos. Ela permanece viva na região do Sacomã, na Estrada das Lágrimas.
Com raízes e copas gigantes, as figueiras da Mata Atlântica já foram verdadeiros “pontos de referência” na paisagem. Antigamente, elas eram batizadas com nomes que viravam ponto de encontro das pessoas que moravam por perto.
“Elas foram introduzidas no Brasil e se adaptaram bem”, disse o botânico e professor da Universidade Federal da Bahia ao reforçar que as frutas com grande polpa são alimentos preciosos para todos os animais que dependem dela.
Árvores introduzidas no Brasil se adaptaram bem a nosso clima — Foto: Anderson Fontes/Semam
O planeta é delas
Elas nos dão o ar que respiramos. Alimentam várias espécies animais, inclusive o homem. Nos protegem do sol, são casa de passarinho. Sem contar os princípios ativos presente em muitas folhas de onde saem substâncias para a produção de medicamentos. As árvores são sinônimo de vida.
“Cada árvore tem sua importância. Elas equilibram a temperatura do ambiente porque é como se inalassem todo o ar poluído e borrifassem de volta um oxigênio puro, para nós”, explicou o especialista.
Com tanto risco para as espécies o plantio ainda é a garantia do nosso futuro. “Isso deve fazer parte da consciência das pessoas. Plantar é importante e necessário. Até porque, as árvores novas tem um poder de gerar muito mais oxigênio. Já as centenárias barram ventos fortes, sugam a água das chuvas evitando enxurradas. Hoje mais do que nunca merecem a nossa atenção”, finaliza.
É preciso plantar um futuro melhor — Foto: Giphy